segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Especial Natal 2017 - O meu Natal favorito

Tenho centenas de memórias maravilhosas de todos os Natais. Houve anos em que fomos imensos, outros em que fomos poucos, mas sempre foram celebrados com alegria e magia.
No entanto, há um Natal que me lembro com particular carinho. 
Eu tinha 10 anos, logo foi o Natal de 99. Não sei se por ser o último Natal antes de virarmos o milénio, mas lembro-me que todos andavam extremamente animados. 

Lembro-me de começar o dia 24 numa azáfama porque tanto eu como os meu primos fazíamos os presentes para oferecermos a todos e nesse ano estávamos atrasados. Lembro-me tão bem de estar eu e a minha prima a colar missangas numa moldura para os meus avós e estar tanto frio que a minha mãe deu-nos umas luvas e cortou as pontinhas dos dedos para continuarmos o nosso árduo trabalho.

Lembro-me de mais tarde ir buscar o presente da minha mãe com o meu pai, que apenas ficou pronto naquele dia e eu ter de a convencer a sair de casa por algum tempo para o meu pai conseguir esconder o presente. Lembro-me de a convencer que eu tinha mesmo, mesmo, mesmo de ir à loja do bairro comprar uma cartolina para fazer um mega postal de Natal para o meu pai. Ela lá foi comigo e ele conseguiu esconder o presente. 

Depois a chegada de todos. A ceia era sempre na casa dos meus pais, onde a sala de jantar era maior e as mais de 30 pessoas conseguiam estar confortavelmente. Lembro-me de a minha avó materna chegar e dirigir-se automaticamente à cozinha, e começar a tratar da sua parte nos cozinhados. Todos os anos a minha avó faz um doce do Norte chamado mexidos, que leva várias coisas, incluindo pinhões. Quando foi procurar os pinhões para colocar viu que o meu tio já os tinha comido todos e ninguém trouxe mais. Nós vivíamos todos relativamente perto e foi ver as minhas tias a dirigirem-se a casa, todas à procura de pinhões, já que todas as lojas já estavam fechadas.

Mas o que mais me recordo foi a chegada dos presentes. Não pelos presentes em si, mas porque tenho uma imagem clara dos rostos alegres e felizes dos meus familiares. Não sei como nem porquê mas lembro-me perfeitamente de olhar para todos, com uma felicidade tão plena de estarmos juntos e sentir-me tão feliz naquele momento. 
Muitos desses rostos já não posso ver hoje em dia, já partiram para outras viagens, mas esta recordação é das mais belas que tenho. 

Qual a vossa memória favorita? 
Boas festas. 

5 comentários:

  1. As minhas melhores memórias do Natal são de épocas distintas. Quando era pequena e tinha a casa cheio de tios e primos e na manhã seguinte abria a minha prenda caída da chaminé. E nos últimos anos com a minha afilhada pequena a apreciar o Natal :)

    xx
    bysilverblog.blogspot.pt

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  2. Vou-te ser sincera, os meus natais, ao contrário dos teus (e infelizmente), foram sempre natais tristes, vazios. Eramos sempre os mesmos: os meus pais, os meus dois irmãos e eu. A minha família é do mais desmembrada que possas imaginar, mas as pessoas que a compõem ainda a tornam mais complicada então é cada um para seu lado e eu nunca entendi isso muito bem, sempre me foi difícil compreender e aceitar esse afastamento que é anti-natura mas que a minha família fazia com que fosse o mais natural possível.
    Portanto, memórias felizes só me lembro do ano de 2009, o ano em que o meu primeiro filho nasceu. Nesse ano juntamo-nos todos na casa dos meus pais: os meus irmãos, as suas esposas e os seus filhos, eu o meu ex e o meu filho e os meus pais. Todos à volta da lareira, eu a distribuir os presentes que tinha feito com tanto carinho para todos... Foi o primeiro ano e talvez o único em que realmente me senti plena, apesar do vazio que foi sempre constante em toda a minha vida por sentir que a família nao era só aquilo, faltava-me mais, mais calor humano, mais amor, mais harmonia.
    Hoje, e já mãe de dois meninos, faço do meu natal o mais feliz, mesmo que faça praticamente o mesmo todos os anos. O amor, a harmonia, o calor humano que sempre procurei dentro da minha família vou procura-lo lá fora, junto daqueles que realmente precisam, daqueles a quem posso dar um bocadinho de mim e eles, sem saberem também me dão um bocadinho deles. Tenho aprendido coisas maravilhosas, e sobretudo, sei que tenho feito pessoas felizes.

    beijinho grande
    www.blogasbolinhasamarelas.blogspot.pt

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    1. Tive a felicidade de a felicidade vir do meu núcleo familiar mas percebo que nem todos temos a mesma sorte e acho louvável que procures por essa felicidade. Acredito vivamente que o amor transforma a vida e acredito que faças o melhor para que os teus meninos sintam aquilo que, infelizmente, não sentiste. Um beijinho enorme

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  3. Eu ganhei um prémio, um Natal (curiosamente, também foi o Natal em que tinha 9 anos) por ter escrito uma carta ao Pai Natal em que dizia que não precisava de nada e para o Pai Natal oferecer a minha prenda a uma criança que precisasse mais do que eu. Lembro-me de a minha mãe e a minha avó me perguntarem o que tinha escrito, que me tinha dado direito àquele prémio, e do orgulho das duas quando lhes disse =P

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